terça-feira, 31 de março de 2020

FLOR SOLITÁRIA




A beleza é real, sútil, leve, de um róseo matizado encantador. Em cada delgado fio um projeto de vida, de perpetuação. O ambiente algo hostil presta-se a enaltecer-lhe o esplendor. A solidão é aparente. Abelhas pequeninas e delicadas pousam aí nessas pequenas protuberâncias nas pontas dos fios coloridos que a compõem. Borboletinhas minúsculas tocam levemente probóscides quase microscópicas nas pontinhas destas hastes e sugam invisíveis gotículas de um néctar angelical e doce. E as joaninhas brilhantes, multicoloridas, salpicadas de pontinhos; lindas, elegantes, delicadas e gentis vem visitar e transitam desenvoltas por todos os espaços que participam do conjunto que a formam. É essa a flor de aparência tão frágil, tão fugidia, que encanta mais pela escassez da matéria que contém, mas capaz de cores, de formas e até de perfume se alguém muito sutilmente se curvar e, próximo, muito próximo, mas sem a tocar, aspirar cerrando os olhos, 

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