Quantas lembranças dos trens de carga e as carroças carreando sacos e mais sacos de cereais vindos nos grandes vagões, e as charretes trazendo gente que ia viajar e disputando os que chegavam no Trem de Passageiros, com suas grandes malas e o cansaço da viagem. Da maria fumaça chegando badalando um sino, apitando alto, e fazendo barulho de mil panelas de pressão.
Pilhas de lenha na beira dos trilhos e a grande caixa d'água onde o trem se abastecia. Tempos depois já era a máquina a diesel mas ainda a vapor. Depois o progresso trouxe a locomotiva de motor a diesel. Mas continuava sendo o trem que chegando movimentava a cidade. Trem de passageiros, sempre cheio de novidades, de moças bonitas, de senhoras elegantes, de gente simples, de pessoas que desciam e ficavam; de outros que seguiam viagem; de pessoas que embarcavam e iam em direção a Goiânia ou a Araguari e de lá seguiriam mundo afora. Ficar ali olhando o movimento, as novidades já era uma coisa agradável, divertida, boa. Um dia eu também parti e, depois de algumas voltas, aconteceu de eu voltar por outros caminhos e quando tornei a procurá-la, Estação Nova, só você jazia onde eu a deixei.. O Trem, as gentes, o burburinho das pessoas chegando e partindo, dando boas vindas ou se despedindo: tudo tinha partido, tudo se despedaçara nas mudanças impiedosas, nos planejamentos sem alma. Alguém se sensibilizou, esforços aglutinados conservaram, ao menos, você. Aí está você com seu amarelo ocre, seus detalhes brancos , seu telhado de um marrom avermelhado de planos inclinados e a pujante inscrição IPAMERI. - Um século de histórias, de lembranças de alegrias e saudades.
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