É incrível mas olhar para esses trilhos aí, com seus dormentes talvez um pouco carcomidos,
com aqueles grandes pregos (cravos?) que eram pregados com grandes marretas pelos tralhadores da ferrovia. Evoca lembranças mil. Andei muito, a pé, aproveitando o caminho do trem para ir margeando o ribeirão até chegar em algum trieiro que me levasse diretamente ao trecho do vai-vem onde eu queria ir pescar. Nessas curvas cheias de brita a gente tinha que ir pisando nos dormentes e, para isso, acertar o passo para que os pés, muitas vezes descalços, coincidissem em pisar exatamente na madeira e não sofrer com a pisada dolorosa nas britas. Nessa curva fechada, as rodas de ferro rangiam em estridentes ruídos quando o trem passava fazendo quarenta ou mais quilômertros por hora. Se o trem coincidise com nossa caminhada, tínhamos que nos afastar entrando nesse matinho da beirada dos trilhos, morrendo de medo de alguma cobra, e aguardar até que a estrada nos fosse devolvida para continuarmos em busca de nossa pescaria. Saudades muitas. Ao voltar da pescaria, já era noite, e quando alcançávamos- novamente a estrada de ferro, nos sentíamos seguros e salvos, ainda mais se houvesse passado algum trem de carga recentemente pois isso nos dava a garantia de que as -temidas cobras teriam sido espantadas e, mesmo no escuro a caminhada de volta era -segura, podíamos andar despreocupados.Perigo, agora, eram só alguns cachorros pertencentes a um ou outro morador da beira da linha. Ainda assim, saudades!...
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