Sol poente,
Por trás do monte escondendo,
Tingindo os vales de ouro
E o céu de púrpura.
Tarde calma,
Quieta tarde calada,
Silente, muda,
De brisa suave refrescando almas,
De gente fazendo nada,
Sentada nos montes sem preocupações
Que não seja viver e beber,
Num gole imenso, sorvendo
Aos poucos, devagar,
A natureza bela.
Tarde de aves cantando, Ao longe,
Quase imperceptivelmente;
Na amplidão dos vales,
Sem perturbar o silêncio,
Sem atrapalhar a brisa ,
Sem apressar o Sol.
Tarde ampla, acolhedora tarde,
Onde as famílias nas soleiras,
Nos vales, na serra;
Com pés descalços sentindo a terra,
Devaneando vão mentalmente,
Até Deus, devagar
Em prece sem pressa,
Que ele é eterno e,
Tarde tão linda,
Não compactua com a morte.
Tarde serena e calma tarde
Que traduz minha alma
Dentro dessa tarde.
Tranquila e distante como o horizonte,
Que só existe
Longe da gente.
Rilmar (1978?)
O Pôr-de-Sol é, com certeza, um dos mais belos espetáculos da natureza, e , também, o que mais mexe com nossa alma, com nossa imaginação, com a introspecção e nos convida a transpor a imensidão em busca do sagrado, do divino, de Deus. Nesses versos que aí deixo tento expressar o momento, o modo como eu o sentí e a serena emoção causada em mim, imerso que estava no todo o qual lentamente se desfazia.
ResponderExcluirQue o ano novo de todos seja belo e suave como um longo pôr-de-sol.
O poeta
Que venha 2010, sereno e cândido como Deus permitir. Repleto de esperanças de uma humanidade melhor e o que de melhor nós pudermos oferecer a essa mesma humanidade.
ResponderExcluirQue devagarinho, aos trancos e barrancos, percebe sermos um só corpo, em um só sistema. Mais complexo e acéfalo que um formigueiro, cupinzeiro e colméia. Mas que aos tiquinhos vamos nos conscientizando, de que somos indíviduo e coletivo, eternos e efêmeros, glória e fracasso, nesse terceiro cisco a partir do Sol que chamamos Terra. Que é nosso céu, inferno, morada e palco de uma peça sem roteiro que denominamos vida.
Parabéns pelo seu blog que está cada vez melhor.