FLOR SOLITÁRIA
A beleza é real, sútil, leve, de um róseo
matizado encantador. Em cada delgado fio um projeto de vida, de perpetuação. O
ambiente algo hostil presta-se a enaltecer-lhe o esplendor. A solidão é
aparente. Abelhas pequeninas e delicadas pousam aí nessas pequenas
protuberâncias nas pontas dos fios coloridos que a compõem. Borboletinhas
minúsculas tocam levemente probóscides quase microscópicas nas pontinhas destas
hastes e sugam invisíveis gotículas de um néctar angelical e doce. E as
joaninhas brilhantes, multicoloridas, salpicadas de pontinhos; lindas,
elegantes, delicadas e gentis vem visitar e transitam desenvoltas por todos os
espaços que participam do conjunto que a formam. É essa a flor de aparência tão
frágil, tão fugidia, que encanta mais pela escassez da matéria que contém, mas
capaz de cores, de formas e até de perfume se alguém muito sutilmente se curvar
e, próximo, muito próximo, mas sem a tocar, aspirar cerrando os olhos,
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