Oito de
Março –
Dia da
Mulher
Hoje
trago-lhes uma flor, mas venho mesmo é pedir.
Dosem um
pouco essa magia; continuem maravilhosas e encantando a vida, mas conceda-nos,
um pouquinho que seja, de lucidez.
Não nos enebriem tanto com esses perfumes de
flores, de extratos e de suas naturezas.
Não capturem
tão definitivamente nossos olhos com os brilhos e as cores desses olhos e a
magia que há no olhar concedido ou negado, intenso e direto ou fugidio e de soslaio,
mas que nos toma. Ora nos anima e alegra, ora nos despreza e desespera.
Não deixem
esses cabelos esvoaçando em desalinho ao sabor do vento, nem os arrumem de
modos a intensificarem tanto seus encantos.
Sorriam
maravilhosamente passando sonoridade que encanta, e beleza na forma da boca, na
mímica da face, na moldura dos lábios e no brilho dos dentes. Porém façam isso
com parcimônia tal que não nos aprisionem de uma vez. Com parcimônia, mas por
toda a vida.
As mãos,
cálidas, carinhosas, suaves, delicadas. Deixem-nos tocá-las, tomá-las e comprimi-las
contra o rosto, a boca e beijá-las cheios de esperanças.
Deixem que
adivinhemos o que as roupas enfeitam e escondem. Um modo de andar, um trejeito.
um balanço natural já revelam tanto que peço moderação até no modo de calcar o
pé descalço na areia, ou como pisam cuidadosas na calçada usando um salto e
destacando o balançar.
Há magia em
tudo que fazem.
Somos almas
irremediavelmente dependentes dos seus encantos.
Em cada
gesto, sorriso, cada olhar; há um código que nos enlaça.
Então, nesse
dia, peço que se contenham e nos encantem sempre, mas com pequenas pausas para
que possamos respirar.
Salve o Dia
das Mulheres!
2021?
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