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Goiano Geraldinho
Rilmar
José Gomes O Geraldinho era um artista agradável, inteligente e que falava com
naturalidade, com modos, entonações, gestos , temas e vocabulário que agradavam
em cheio. Agradava pelo humor, pela riqueza de detalhes e interpretação e
porque tudo isso, ajuntado à figura de quem interpretava a si mesmo; com a boca
desdentada, uns nódulos de tireoide engrossando o pescoço, pele curtida pelo
tempo e as intempéries, butinas carcomidas pelo uso e pelo tempo, chapéu,
roupas e tudo mais que o compunha. Tudo isso era um retalho vivo de nossas
tradições, de um tempo bom em que parávamos para ouvir casos e a arte de
contar, de enfeitar, de expressar humor contando fatos corriqueiros e com
pequenas doses de exageros, de picardia; era uma arte viva que tinha público e
animava as reuniões. Há que ser simples e ter no DNA memórias de um tempo que
embora já seja passado, ainda está em nós pelo que nossos ancestrais relatavam,
pelos que testemunhamos ou ainda vivenciamos, pelo que andamos lendo em
Suassuna, Guimarães Rosa e outros, ou pelo que amealhamos da tradição oral
ouvindo pessoas e observando resquícios ainda existentes nas choupanas não de
todo destruídas e nos vocabulários e modos ainda persistentes nos derradeiros
seres desse tempo. Para o simples e portador desse DNA; a fala do Geraldinho,
além de agradável e engraçada; tem um conteúdo rico e impregnado de nossas
tradições.
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José Américo Mamede Barbosa Compartilho dessa admiração. Mais ainda por Esse
quem o homenageia, pois me faz lembrar nada menos que um prêmio nóbel de
literatura, Herman Hesse, com tamanha capacidade de expressão em tão poucas
palavras.
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Rilmar
José Gomes Obrigado, José Américo
Mamede Barbosa, pelo comentário.
Manifestei-me movido pelo fato de alguém, em uma outra publicação, não minha,
ter feito um comentário desairoso em que associava o Geraldinho à falida
Caixego desmerecendo o seu valor intrínseco e...Ver mais
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