sábado, 9 de dezembro de 2017

Jóquei Clube sob o Luar






           Luzes apagadas em uma noite de lua clara, clara o suficiente para que se destaque sua majestosa figura meu Jóquei Clube de Ipameri. Meu como tudo que habita esse presépio montado com figuras de tudo o que compôs minha infância e adolescência, de tudo que me leva àqueles idos que em parte ainda aí estão. A penumbra o valoriza e enobrece. As luzes apagadas nos entristecem profundamente; uma tristeza que, quanto mais nos alongamos observando a sombria escuridão das janelas, mais e mais se acentua e nos envolve. Ninguém, talvez, o lembre com as riquezas de minhas vivências em relação a você Jóquei Clube. Meu pai aí trabalhando me convocava e nós cuidávamos de você para que suas festas tivessem o brilho e elegância que você merecia. Muitas vezes levei, na quase madrugada, lanche para meu pai na portaria e sua aparência era parecida externamente com essa aí mas havia luzes e mais luzes iluminando e acendendo como efeitos especiais. E havia sons de orquestra e de gentes falando, rindo cantando, saindo, chegando. Outros momentos eram os em que eu ia em alguma matinée de carnaval, ou peças de teatro. Outros ainda era quando ia com meu irmão, pescar no ribeirão que passa aí nos fundos e, na calma sombra da beira do poço, ficava apreciando sua majestade, sua beleza, sua grandeza. Espero que, ausente embora o Nandão, consigamos te recompor, te embelezar e preservar materialmente e nas nossas lembranças.

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